Amigos das Palavras

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cântico 7

(in Borboleta em Cinza: salmos profanos, Scortecci, São Paulo, 2008)


Na sua aflição, roga ao anjo que se apresse em livrá-lo da saudade


Sinto que esse silêncio anuncia o ocaso do amor, e não consigo calar meu soluço, tendo na alma cada dia essa tristeza.


2Minha alma, que suspira por ti, recusa o abandono; abriguei-me à sombra do teu amor; e não há a quem deseje além de ti.


3Minha mão estendida não alcança tua ternura; por isso de noite lembro-me dos teus carinhos; em ti se refugiou meu amor.


4Meu corpo estremece, se nos lábios tomo teu nome; causa desse padecimento é tua ausência, que faz murchar meu coração.


5Meus ouvidos necessitam da brandura das tuas palavras para abrandar os anseios do corpo, que padece longe das carícias.


6Meus olhos esperam em ti, que enches de alegria meu coração; tu és aquele em quem está o desejo que em mim se precipita.


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